História de Vida

Diminuindo o passo

Por 28 de setembro de 2008 Sem comentários

A coisa mais deliciosa foi ser escolhida, entre os quatro adultos presentes, para ver aqueles dois bracinhos de dois anos estendidos na minha direção me pedindo colo!
Era dezembro de 2007 e era a inauguração da árvore de natal gigantesca levantada no Parque Ibirapuera. Testei e vi que aguentava bem, aquele garotinho encavalado, de lado, na minha cintura revelando gostar do conforto que tinha enquanto eu andava metros e mais metros em direção a árvore e ao local dos shows, próximo da árvore!

O que eu tinha esquecido é que já tenho 61 anos e por mais bem condicionada que estava, havia um desgaste natural de todos meus músculos que merecia ser respeitado!Alguns dias depois uma dor não tão forte, mas enervante, não me deixava esquecer que tinha quadril! No dia seguinte uma piora acentuada, anti-inflatórios potentes, ortopedista, fisioterapeuta, mil exames (até ressonância magnética, que em são juízo, nunca mais vou fazer)e oito meses se foram.

Já estou melhor! Mas tudo indica que naquele dia de dezembro fiz um esforço enorme de tal forma que sensibilizei um dos músculos da minha perna que agora reage com dor, em esforços bem menores!Diminui o passo. As vezes com intervalos de até 30 segundos para dar o próximo passo.Com isto estou percebendo melhor as pessoas que antes me atrapalhavam: os velhinhos de bengalas ou de passos curtos e lentos, as mães com carrinhos e seus bebês, as mães segurando criança pequenas ou no colo ou pelas mãos, os camelôs, os namorados sem pressa e os pedintes e moradores de rua.

Quando percebi que estava notando esta parte da população, pensei: “Me aguardem. Logo, logo farei parte definitivamente do time dos que andam devagar.” Digo logo, porque me médico já diagnosticou:” Esther, vc não tem nada grave, apenas uma inflamação que não compromete nem a força e nem o movimento das suas pernas.” Ótima notícia.Masestou muito perto de fazer parte da população chamada IDOSA. Então é só uma questão de tempo.

Enquanto este tempo não chega, ainda poderei pegar meu lindinho muitas vezes. E como não sou mais a mesma serei mais tolerante e amorosa com os que caminham devagar. Prestarei mais atenção em cada um, lhes dirigirei a palavra,o olhar e o sorriso.E mesmo estando sem dores diminuirei meus passos!

Obrigada “Fael” (Rafael) querido. Você me ajudou muito!

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