Espiritualidade

A Vida na Ressurreição

Por 9 de agosto de 2010 Sem comentários

Voltei a blogar e recomeço com este texto que me tocou muito. Penso que por diversas vezes na minha vida tive que sair da morte para a vida. Espero que seja de proveito para você também!

A BIOLOGIA DA RESSURREIÇÃO

Carlos Hernández (Psiquiatra Argentino)

(compilado por Talita A. Ribeiro e distribuído no boletim virtual aos participantes da Comunidade de Jesus, do Campo Belo- São Paulo)

A biologia da ressurreição tem a ver com uma visão menos limitada da vida. Não é como a biologia reducionista, onde o que nós vemos é o que está certo, aquilo em que acreditamos é que determina a nossa vida.

O que nós fazemos quando nos acontecem as coisas que não deveriam acontecer? Não suportamos que aconteça algo que não queríamos que acontecesse – “Se acontecer alguma coisa que eu não quero, não vivo!”.

Quais seriam as possibilidades que se abortaram com o fracasso? Quais as que se abriram? Como se perde o desfrute daquilo que vem depois do fracasso, por não se saber lidar com ele!

Jesus, no Getsêmani, experimenta o momento de radicalidade, da dor e da crise. “Pai, se for possível, passa de mim este cálice”. Mas a crise não é o final, e sim a porta por onde entra a vida. A ressurreição é a vida entrando pela fresta da morte pra dentro de nós.

Dizem os antropólogos que o nascimento é o acontecimento mais traumático que o ser humano experimenta em toda a sua vida. É um estresse de uma intensidade biológica incrível, imprescindível para o que iremos enfrentar a seguir, a vida. A criança é obrigada a atravessar um túnel apertado, onde é exercida uma grande pressão na sua cabeça, sua respiração é interrompida, muda a temperatura ambiente… O grito (choro) é o sinal da vida que chegou na criança. Ele é como uma ginástica, preparando o pulmão para respirar. Uma nova biologia, uma nova possibilidade espiritual.

O Salmo 131. 2 traz a imagem do nenezinho que perdeu o útero, mas encontrou consolo no seio de sua mãe: “…fiz calar e sossegar minha alma; como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo”.

Com a biologia da ressurreição quero dizer que a vida é mais que a morte.

“Sem a ressurreição é vã a nossa fé”.

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