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MINHA VIDA: Sétima década

Por 13 de fevereiro de 2017 One Comment

De 2007 a 2017

Muito aprendizado e novos ganhos!

Nesta década a alegria de ser avó foi ampliada. Chegaram mais quatro netos. E desta vez duas meninas. E cada um conquistou meu coração com o próprio jeito especial de ser! Gosto e amo cada um de jeitos diferentes. Mas tento ser justa com todos.  As vezes consigo…

Perdi mais uma parte do meu corpo. Meus cristalinos embaçados pela catarata, foram substituídos por lentes. E depois de 50 anos aposentei meus óculos! Heheheh!!!

Fizemos muitas viagens. Para dentro e para fora do país!

Na área espiritual, aprendi a experimentar a leveza do fardo e a suavidade do jugo de Cristo, como ele mesmo prometeu. O cristianismo autentico liberta. Quando volto a ler o evangelho é porque sinto saudades de rever novamente a vida de Cristo.

Algumas coisas doloridas e difíceis atravessaram minha vida, sem meu desejo e planejamento. Tive que me adaptar mais que uma vez a realidades que eu não esperava. Mas tenho escolhido ser a boa parte do inesperado dolorido que atravessa minha vida.

Esqueço algumas coisas que não deveria esquecer, mas percebo que há espaço para novos conteúdos! Há detalhes da natureza e aspectos da vida que só dá pra perceber e desfrutar depois que já se viveu meio século.

Década de muito aprendizado!

Joguei fora velhos conceitos que não me servem mais e “realidades” distorcidas que me impediam de ver com compaixão a mim mesma e ao outro. Mudei o roteiro do meu script de vida várias vezes.

Encarei minha finitude, mas prefiro viver do que ficar esperando a morte. Ela terá que me surpreender! E creio na ressurreição!

Aprendi:

Que na velhice as limitações vão acontecendo, mas é possível enxergar, ver e sentir muito mais que antes, mesmo que algum dos órgãos do sentido já estejam embotando.

Que sinto dores todos os dias. Algumas novas a medida que o tempo passa. Mas falar sobre elas não faz com que desapareçam! Há assuntos bem mais empolgantes!

Que as rugas carregam histórias!

Que é mais fácil cuidar do “fora” do que reformar “dentro”!

Que lágrimas se derramam pelos meus olhos, incontrolavelmente, quando vejo ou escuto sobre perdas e dor…

Que me emociono muito quando recebo afeto e aprovação. Pode ser de uma criança, de um homem, ou de qualquer pessoa que me vê…

Que ouvir é muito mais  importante que falar…Cada dia que passa falo menos…

Que para quem não quer eu não tenho nada pra dar;

Que para quem não quer ouvir, eu não tenho nada pra falar.

Que o que você faz marca muito mais do que o que você fala.

Que os que estão bem perto, muitas vezes são os primeiros a desprezar o seu saber…

Que é sofrido demais ver as escolhas feitas que trarão tantas dores, que familiares e pessoas queridas vão fazendo.

É preciso aguentar a dor da impotência de não conseguir impor nada, mesmo que, esteja certa, e seja para o bem do outro.

E é preciso ter estrutura física, mental e psicológica para aguentar os danos que virão para os queridos, que poderiam ser ter sido evitados…

Que gosto muito de crianças e jovens! E muitos deles gostam de mim!

Que gosto de viver!

Que ainda tenho sonhos! Vários! Mesmo reconhecendo que a maior parte da jornada da vida eu já vivi.

Que a morte tem pouco poder. Ela pode destruir o corpo que tenho aqui, mas não consegue destruir o que vou deixando nos corações e vida de outros.

Privilégio, fazer 70 anos!

Um comentário

  • Fabiana Almeida disse:

    Terminei de ler sua auto biografia com a sensação de ter assistindo um documentário, no qual eu pude enxergar de forma tão real a trajetória de tantas meninas brasileiras que de alguma forma driblaram a escassez de recursos, ignoraram preconceitos e não desistiram de sua jornada em busca de realização e valorização profissional.
    Você me inspira a aprender com cada situação que a vida nos apresenta, mesmo que sejam momentos onde a escuridão do mêdo, angústia e frustração nos impeçam de ver a luz no fim do túnel (que sempre existe para aqueles que conhecem a Verdade).
    Seu texto me leva a acreditar que existe prazer no “envelhecer” pois somente o tempo nos traz maturidade para racionalizar nossas ações e planejar nossas reações, alcançando um relacionamento mais sereno e construtivo consigo mesmo e com o próximo. Conhecer-se é uma virtude divina e você nos mostra que somente entrando em contato com nossas próprias dores, alegrias, rejeições e ambições viveremos o nosso verdadeiro eu de forma autêntica e consciente.
    Sou grata a você por, em alguns momentos na sua trajetória, ter olhado para mim com seus olhos carinhosos, me enxergando como menina, como mulher, como alguém que precisava de um “abraço” acalentador. Parabéns pelos seus 70 anos!
    Fabiana Almeida

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